Casal de empresários é preso por comercializar terrenos que não estavam à venda e prejudicar mais de 100 pessoas com golpes, no PR
Eles são donos de uma imobiliária e de uma construtora. Segundo a polícia, eles também cobravam por obras que nunca
Eles são donos de uma imobiliária e de uma construtora. Segundo a polícia, eles também cobravam por obras que nunca saíram do papel, e há indícios de que conseguiram mais de R$ 1 milhão com os golpes.
Os empresários Dalvan de Lara Delgado da Silva e Aline Flores de Oliveira foram presos suspeitos de dar uma série de golpes imobiliários em quem estava em busca do sonho da casa própria. O casal é dono da imobiliária Platium e da construtora Platium em Guarapuava, na região central do Paraná.
A Polícia Civil destaca que mais de 100 boletins de ocorrência (B.O.s) foram registrados contra eles e que há indícios de que eles conseguiram mais de R$ 1 milhão com os golpes.
Entre as vítimas, há quem usou todas as economias para comprar terrenos que não estavam à venda, e quem pagou pela construção de obras que nunca saíram do papel, por exemplo.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o advogado de defesa de Dalvan e Aline afirmou que o casal estava fechando acordos com as pessoas que se sentiram lesadas e que vai recorrer pela soltura dos empresários.
Os suspeitos foram detidos na manhã desta quarta-feira (28). Durante o cumprimento dos mandados de prisão preventiva, os policiais também apreenderam documentos, celulares e um carro, identificado como adquirido com valores provenientes dos golpes, segundo o delegado Ramon Galvão Zeferino.
O delegado também explica que, agora, as investigações continuam para a identificação de novas vítimas, recuperação de valores e esclarecimento integral dos fatos.
Ele incentiva que quem foi lesado pelo casal ou por qualquer outra empresa ou pessoa procure a Polícia Civil para denunciar. A corporação atende pelos telefones 197 e 181.
Golpes imobiliários
A polícia explica que as investigações iniciaram em maio, após a identificação de um esquema estruturado de fraudes imobiliárias envolvendo a comercialização de terrenos sem matrícula individualizada, sem desmembramento regular perante o Município e sem qualquer autorização dos proprietários legítimos.
A técnica de enfermagem Andreia Fiuza dos Santos foi uma das vítimas. Ela deu um carro de entrada e pagou algumas parcelas do contrato fechado com o casal, mas não viu a obra saindo do papel.
O pedreiro Ageu Santana também perdeu dinheiro. Há muito tempo ele sonha em ter uma casa própria, e depois de assinar um contrato com o casal de empresários e gastar todas as economias que tinha, levou a família para conhecer o local da futura moradia.
O que diz a defesa do casal
Veja, abaixo, o que disse Marinaldo Rattes, advogado de defesa do casal, em entrevista à RPC:
“Entendo que essa prisão é extemporânea, desnecessária, tendo em vista que a prisão resultou ser de um pedido do Ministério Público e de fato os ora acusados estavam celebrando acordos com as supostas vítimas e indenizando essas vítimas. Só não ocorreram as indenizações porque o próprio Poder Judiciário determinou um sequestro e arresto de bens e valores dos acusados, de modo que não foi possível concluir esses acordos.
A defesa pretende entrar com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, tendo em vista que, no meu entender, a prisão especificamente da acusada que recentemente ganhou neném, ou seja, está amamentando ainda, tem 40 dias, não deveria ela ter sido presa neste momento .Em relação ao acusado a defesa vai pleitear no Tribunal de Justiça uma revogação da prisão preventiva, tendo em vista que a prisão é extemporânea, não é necessário essa prisão preventiva ter ocorrido neste momento.
A empresa não está atendendo, tendo em vista que o próprio Procon já havia encerrado as atividades dessa empresa. Estava, então, sendo celebrado apenas esses acordos através de advogados e os clientes dessa empresa”.
(G1).
