Estado entrega instrumentos musicais a 90 cidades e libera R$ 100 milhões para a cultura

Aporte recorde para o setor abrange ações ligadas a musicalização, fomento cultural e preservação do patrimônio histórico. Governador também anunciou

Aporte recorde para o setor abrange ações ligadas a musicalização, fomento cultural e preservação do patrimônio histórico. Governador também anunciou que os museus paranaenses contarão com unidades satélite em oito municípios do interior.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta segunda-feira (1º) kits de instrumentos musicais para 90 municípios paranaenses e anunciou um pacote de R$ 100 milhões em novos investimentos para fortalecer a área da Cultura no Estado. A cerimônia, realizada em Curitiba, também contou com a participação da secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, e marcou um novo ciclo de descentralização e qualificação das políticas culturais no Paraná.

“Esse é o maior aporte cultural que o Paraná já fez, um investimento que fortalece fanfarras, museus, formação artística e toda a cadeia econômica que gira em torno da cultura”, disse o governador. “O Estado hoje é uma vitrine cultural do Brasil, seja com projetos de grande impacto, como o Museu Pompidou em Foz do Iguaçu, seja com iniciativas que levam arte diretamente para as crianças e para os municípios”.

A Secretaria de Estado da Cultura (Seec) também anunciou a criação de oito satélites dos museus estaduais, que serão instalados a partir de 2026 em diferentes regiões do Paraná. A iniciativa inédita permitirá que mais de 3 milhões de peças pertencentes aos acervos dos museus sediados em Curitiba circulem pelo interior, ampliando o acesso da população à arte, à história e à memória paranaense.

Os novos satélites serão instalados em Londrina (Museu Paranaense), Cascavel (Museu de Arte Contemporânea do Paraná), Guarapuava (Museu da Imagem e do Som do Paraná), Maringá (Museu de Arte Contemporânea do Paraná), Paranaguá (Museu Casa Alfredo Andersen), Pato Branco (Museu Paranaense), Ponta Grossa (Museu Casa Alfredo Andersen) e Tunas do Paraná (Museu da Imagem e do Som do Paraná).

Segundo Ratinho Junior, a criação dos satélites dos museus estaduais é inspirado em um modelo já adotado na Europa. “Nem todo mundo consegue viajar até Curitiba para visitar um museu, então é o Estado que vai até as pessoas. Esses oito satélites vão levar nosso acervo para o interior, ampliando o acesso à arte e ao patrimônio cultural”, acrescentou o governador, lembrando de iniciativas semelhantes como o Criança no Teatro, que já levou mais de 300 mil estudantes paranaenses para assistirem apresentações artísticas.

KITS MUSICAIS – Os instrumentos foram adquiridos pela Secretaria de Estado da Cultura (Seec) dentro do Plano Paraná Mais Cidades. Sessenta e quatro municípios receberam os kits musicais imediatamente, totalizando 1.691 instrumentos, enquanto outros 26 receberão na segunda etapa do projeto. Ao todo, a iniciativa recebeu quase R$ 8 milhões de investimento do Governo do Estado.

A secretária Luciana Casagrande Pereira explicou que a entrega de equipamentos musicais representa uma política permanente de incentivo à formação artística. “Hoje entregamos mais de 1.600 instrumentos para 64 municípios e garantimos a próxima fase, que atenderá mais 26 cidades. Esse programa nasceu da importância que o Estado entendeu que a música tem na formação cidadã, especialmente entre crianças e jovens das escolas públicas”, comentou.

O programa é coordenado pela Seec em parceria com os municípios e reúne ações voltadas para infraestrutura urbana, saúde, educação e desenvolvimento social – incluindo uma frente específica para a cultura. No campo cultural, o Paraná Mais Cidades contempla a cessão de kits de instrumentos musicais para apoio a fanfarras, bandas marciais, orquestras e festividades municipais.

Durante o evento, os municípios também aderiram à nova etapa do programa, o que garante que eles estejam aptos a receber novos equipamentos e investimentos.

Um dos municípios beneficiados foi Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Para a prefeita Karime Fayad, os novos instrumentos representam um salto histórico para a cidade. “Rio Branco do Sul ainda não tinha sua própria fanfarra. Com os instrumentos, já contratamos o professor e, em breve, teremos uma fanfarra formada por crianças da cidade, o que fortalece nossas raízes e dá às crianças novas perspectivas de vida”, contou.

Confira a lista dos municípios que receberam ou receberão os kits de instrumentos musicais nas duas etapas do programa:

Abatiá, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Altônia, Alto Paraná, Barra do Jacaré, Bom Sucesso, Borrazópolis, Cafelândia, Cambará, Cambé, Cambira, Campo Largo, Campo Mourão, Carlópolis, Castro, Cidade Gaúcha, Colombo, Corbélia, Cornélio Procópio, Corumbataí do Sul, Curitiba, Dois Vizinhos, Faxinal, Fazenda Rio Grande, Floresta, Guaíra, Guaraci, Guarapuava, Guaratuba, Ibiporã, Iguaraçu, Irati, Ivaí, Ivaiporã, Jaguariaíva, Japira, Jardim Alegre, Joaquim Távora, Lapa, Laranjeiras do Sul, Lunardelli, Mandaguaçu, Mandaguari, Marechal Cândido Rondon, Marilena, Maringá, Morretes, Munhoz de Mello, Nossa Senhora das Graças, Nova Aurora, Nova Londrina, Nova Santa Rosa, Palmeira, Paranavaí, Pato Branco, Paulo Frontin, Pérola, Primeiro de Maio, Ponta Grossa, Porecatu, Porto Amazonas, Prudentópolis, Rebouças, Quedas do Iguaçu, Querência do Norte, Quitandinha, Rancho Alegre D’Oeste, Reserva do Iguaçu, Rio Branco do Ivaí, Rio Branco do Sul, Rio Negro, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, São João do Ivaí, São João do Triunfo, São Jorge do Ivaí, São José da Boa Vista, São José dos Pinhais, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Paraná, São Sebastião da Amoreira, Sertanópolis, Tapejara, Terra Roxa, Tijucas do Sul, Toledo e Uraí.

INVESTIMENTO RECORDE – Dos R$ 100 milhões liberados pelo Estado, metade foi destinada à ampliação do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), que passa a contar com investimento recorde de R$ 50 milhões – R$ 20 milhões para o ciclo de 2025 e R$ 30 milhões para 2026. Pela primeira vez, o programa foi estruturado de forma anual, garantindo mais previsibilidade para artistas, produtores e instituições culturais.

Para a secretária estadual da Cultura, a estruturação e ampliação do Profice representa um avanço no fomento ao setor. “A nova edição do Profice traz R$ 50 milhões em investimentos e editais, garantindo previsibilidade para artistas, coletivos e instituições”, declarou Luciana. “É um instrumento fundamental para levar arte a todas as regiões do Estado, por meio de projetos apresentados pelos próprios agentes culturais”, completou.

Principal mecanismo de fomento do Governo do Paraná via renúncia fiscal, o Profice permite que empresas destinem parte do ICMS devido para apoiar projetos culturais selecionados pelo Estado. O programa também avança em diretrizes de equidade e descentralização, já que 60% dos recursos devem obrigatoriamente ser destinados a proponentes sediados fora da Capital, e 20% do montante é reservado para projetos apresentados por pessoas negras, indígenas ou com deficiência.

A diretora-geral da Seec, Elietti de Souza Vilela, enfatizou que a reformulação do Profice representa um divisor de águas para a produção cultural paranaense. “A produção cultural gera trabalho, emprego e renda. Quando você valoriza a cultura local, abre oportunidades para os artistas e fortalece a identidade das cidades, por isso a reserva de 60% dos recursos para o interior deve resultar no crescimento da produção cultural regional”, defendeu.

REPASSE FUNDO A FUNDO – Além do Profice, o Estado destinou R$ 50 milhões para as Transferências Fundo a Fundo da Cultura, um instrumento criado recentemente e que se tornou o principal mecanismo de descentralização cultural do Paraná. Pelo modelo, os recursos são repassados diretamente aos fundos municipais de cultura, permitindo que as prefeituras executem políticas públicas conforme suas realidades e seus próprios planos culturais.

O repasse recorde para o setor foi possibilitado a partir da estruturação dos fundos municipais de Cultura, um processo que contou com apoio direto do Governo do Estado via Seec. Desde 2019, o Paraná aumentou de 16 para 372 as cidades que possuem sistemas municipais de Cultura e, portanto, estão aptas a receber repasses fundo a fundo.

Os recursos liberados agora podem ser usados para financiar o apoio a festas, festivais, feiras, mostras, bolsas, premiações, manutenção de espaços culturais e programas de leitura, literatura e bibliotecas. Uma parte importante do programa é voltada à preservação do patrimônio cultural material e imaterial, abrangendo bens tombados ou em processo de tombamento tanto no âmbito estadual quanto municipal.

(AEDN).