Preço da soja impactou alta no valor de muitos alimentos no Paraná, afirmam agricultores

Pela primeira vez, o Brasil importou soja pelo Porto de Paranaguá.

Em um ano tão difícil para alguns setores da economia, os produtores de grãos não têm do que reclamar. Com os preços baseados no dólar, a soja e o milho, bateram recordes e pesaram no custo de alguns produtos da cesta básica.

O campo e a cidade caminham juntos. “O que acontece aqui dentro da lavoura influencia muito a economia da cidade e até do oeste do Paraná, que é agrícola. Então, se o produtor está indo bem, a cidade também vai bem”, cinta a agricultora Paula Scanagatta.

Mas, nem sempre fica bom para todo mundo. Desde que as vendas de soja e milho decolaram, com grande rentabilidade para os produtores, essa parceria entre campo e cidade pesou para as famílias. Produtos essenciais do dia a dia ficaram bem mais caros. Resultado de um ano atípico que começou com a alta no câmbio.

Depois da alta do dólar, outro fator tornou as vendas ainda mais atrativas: os preços internacionais subiram, e foi de um jeito nunca visto antes pelos produtores.

Veja essa comparação: o preço da soja começou o ano em R$ 79, passou pra R$ 100 em julho, R$ 121 em setembro e chegou a R$ 148 em novembro. Uma variação de mais de 90%. O milho também subiu muito: de R$ 40 reais para R$70.

O câmbio, e o preço favoráveis foram um grande empurrão para as exportações. No Porto de Paranaguá, a quantidade de soja embarcada este ano foi 34% maior em comparação com o ano passado. Foram 17,1 milhões de toneladas de janeiro a novembro, o que gerou uma receita de U$ 5,9 bilhões.

Com tanta soja indo pra fora, faltou produto no país, já que a demanda interna aumentou por causa da pandemia. Com isso, a lei da oferta e da procura foi implacável para o consumidor final: produtos derivados ficaram muito mais caros. O óleo de soja chegou a subir 60%.

A escassez de soja ficou tão crítica que no inicio de dezembro, pela primeira vez na história, o Porto de Paranaguá recebeu uma carga de soja de outro país. Foram mais de 30 mil toneladas de grãos produzidos nos Estados Unidos. Uma situação extrema que, segundo os especialistas, deve melhorar daqui pra frente.

Fonte G1 RPC