Campanha Agosto Azul reforça ações dedicadas à saúde do homem no Paraná
Objetivo é fortalecer conscientização e atividades dedicadas à integralidade da saúde do homem. Risco de morte por doenças crônicas entre

Objetivo é fortalecer conscientização e atividades dedicadas à integralidade da saúde do homem. Risco de morte por doenças crônicas entre o público masculino é de 40% a 50% maior em relação às mulheres.
Para combater a negligência masculina diante do próprio cuidado, seja físico ou mental, a campanha “Agosto Azul” promove ações dedicadas à integralidade da saúde do homem no Paraná. Ela foi criada por meio da lei estadual nº 17.099 de 28 de março de 2012, de autoria da deputada estadual Cantora Mara Lima (Republicanos), e tem como símbolo uma gravata borboleta na cor azul.
“Culturalmente, eles resistem mais a procurar ajuda médica, e isso aumenta os riscos de doenças graves que poderiam ser evitadas com prevenção e diagnóstico precoce. A campanha é um chamado à responsabilidade, à vida e ao autocuidado masculino”, pontua a parlamentar. “Há uma crença entre muitos homens de que são fortes demais para adoecer — mas ninguém está imune.”
A relutância masculina diante da saúde é observada nas estatísticas do Ministério da Saúde. Ao procurarem um consultório médico, 70% dos homens tiveram a influência da esposa ou dos filhos. Mais da metade desses pacientes adiaram a ida ao médico e chegaram com doenças em estágio avançado. Os dados revelam ainda que os homens brasileiros vivem, em média, 7 anos a menos que as mulheres – em 2023, a perspectiva de vida da população masculina chegou a 73,1 anos e a das mulheres, de 79,7 anos.
A lei estadual prevê a realização de campanhas de esclarecimentos, exames e ações educativas e preventivas, priorizando as áreas de cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia. Reforçando a conscientização sobre o tema, a Assembleia Legislativa do Paraná fica iluminada de azul durante o mês de agosto.
Na campanha do último ano, as ações do Poder Executivo estadual focaram o combate às doenças crônicas e ao tabagismo. Em 2023, os homens do Paraná eram 55,7% do total de mortos por doenças crônicas entre pessoas de 20 a 59 anos. Até esta segunda-feira (28), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ainda não tinha finalizado a programação prevista para 2025
Maus hábitos e negligência
A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019 pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidencia a baixa procura dos homens brasileiros por atendimento. Cerca de 30% não compareceram a consulta médica nos 12 meses anteriores à pesquisa, enquanto entre as mulheres a taxa cai para 17,7%
As idas ao dentista no mesmo período foram menos frequentes, com apenas 45,90% de comparecimento — quase sete pontos abaixo do público feminino. No âmbito da saúde mental, o suicídio é quase quatro vezes mais incidente entre o público masculino. Foram 9,9 casos entre 100 mil habitantes homens, enquanto as mulheres vítimas de mortes autoprovocadas representam 2,6 casos por 100 mil.
O inquérito mostra ainda que eles (26,80%) comem menos frutas e hortaliças do que elas (37,30%), além de fumarem mais — o tabagismo é realidade entre 16,20% dos homens brasileiros, contrastando com 9,80% entre as mulheres. Cerca de quatro em cada dez homens consomem bebidas alcoólicas uma vez ou mais por semana, enquanto a proporção entre as mulheres é de duas em cada dez.
Ainda segundo o governo federal, o risco de homens morrerem por doenças crônicas não transmissíveis, principalmente por doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, é de 40% a 50% maior em relação às mulheres. (ALEP).