Itaipu e Embrapa participam de treinamento de coleta de dados com sensoriamento remoto

Utilização de drones especializados torna o processo de inventário florestal mais eficiente, preciso e econômico. Treinamento foi nos dias 7

Utilização de drones especializados torna o processo de inventário florestal mais eficiente, preciso e econômico. Treinamento foi nos dias 7 e 8 de maio

A Itaipu Binacional, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está implementando um projeto inovador de inventário florestal que utiliza tecnologias avançadas de sensoriamento remoto, como drones e sensores LiDAR (Light Detection and Ranging ou Detecção e Alcance de Luz em português), para monitorar a vegetação da faixa de proteção do reservatório. A iniciativa, que abrange mais de 24 mil hectares ao longo de 1,4 mil quilômetros entre Foz do Iguaçu e Guaíra, no Oeste do Paraná, visa otimizar a gestão ambiental com métodos mais precisos, econômicos e sustentáveis. Nos dias 7 e 8, equipes da Itaipu, Embrapa, Itaipu Parquetec e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) participaram de um treinamento prático no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu (PR), para coleta de dados com as novas tecnologias.

Segundo o engenheiro florestal Luís César Rodrigues da Silva, da Divisão das Áreas Protegidas da Itaipu, a iniciativa representa uma mudança significativa na forma de coletar e analisar dados da vegetação. “A Embrapa vem com uma abordagem multidisciplinar, que inclui desde levantamentos clássicos, com amostragem direta da vegetação, até o uso de tecnologia de sensoriamento remoto, como drones equipados com câmeras e sensores avançados”, explica. Ele destaca que a tecnologia permite extrair informações detalhadas da vegetação sem a necessidade de medições presenciais, tornando o processo mais ágil e menos oneroso.

O projeto do inventário florestal está previsto para ser concluído em 2027 e já começa a validar e aplicar as novas técnicas. “Conforme as metodologias forem sendo aprovadas em campo, já poderemos utilizá-las antes mesmo da conclusão do inventário”, afirma Luís César. Ele ressalta ainda que, além da precisão, a tecnologia reduz custos operacionais e facilita o acompanhamento do desenvolvimento da vegetação ao longo do tempo.

Para o engenheiro florestal Hericles Barbosa Lopes, da equipe de topografia da Itaipu, o sensoriamento remoto representa um avanço na gestão ambiental. “O processo tradicional de inventário florestal demanda muito custo operacional e mão de obra. Com o uso de drones e sensores LiDAR, conseguimos coletar uma quantidade de dados muito maior, com precisão e em menos tempo”, destaca. Ele acrescenta que, embora a amostragem em campo ainda seja necessária para validação dos dados, a frequência dessas visitas poderá ser reduzida, gerando economia e eficiência.

Os drones e sensores LiDAR são capazes de gerar imagens 3D detalhadas da vegetação e do terreno. O treinamento das equipes é realizado em parceria com a empresa Bioflore, representada pelo pesquisador Mateus Pinheiro Ferreira, que também colabora com a Embrapa e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). “O objetivo é utilizar as mais novas tecnologias de sensoriamento remoto, principalmente o LiDAR, que nos permite quantificar precisamente a altura das árvores e, consequentemente, a quantidade de biomassa e carbono estocados na vegetação”, explica Mateus.

Segundo o pesquisador, resultados preliminares sobre o mapeamento de carbono serão divulgados ainda em 2025, com um relatório final previsto para 2027.

O treinamento foi dividido em 3 módulos. O primeiro sobre coleta de dados ALS com foco em modelagem de biomassa e carbono; o segundo sobre coleta de dados TLS em parcelas permanentes de inventário florestal; e o terceiro sobre visualização e manipulação dos dados ALS coletados. Participantes puderam presenciar a aplicação das técnicas na prática com um voo de drone e subsequente análise dos dados coletados in loco.

Iniciada em 2021, a colaboração com a Embrapa combina quatro frentes: inventário florestal, análise de paisagem, planejamento de gestão e sensoriamento remoto. “Nosso objetivo é estimar o carbono estocado e planejar a gestão da faixa de proteção, potencializando serviços ecossistêmicos”, explica Maria Augusta Doetzer Rosot, pesquisadora da Embrapa. Ela enfatiza que as técnicas desenvolvidas poderão ser replicadas no futuro por outras organizações.

Tecnologia de ponta

Sensores LiDAR são dispositivos de sensoriamento remoto que utilizam pulsos de laser para medir distâncias e criar mapas tridimensionais detalhados do ambiente. Eles funcionam emitindo feixes de laser que refletem nos objetos ao redor e retornam ao sensor. O tempo que esses pulsos levam para voltar é usado para calcular a distância e gerar uma representação precisa do ambiente.

Sobre a Itaipu Binacional

Com 20 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável. Desde o início de suas operações, em 1984, já produziu mais de 3 bilhões de megawatts-hora.

A Itaipu tem como missão empresarial gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai. Mais do que uma usina, Itaipu é um agente de transformação, com ações que integram sustentabilidade, inovação e compromisso com as pessoas.