Alunos do Paraná reúnem grandes histórias para conseguir participar do Ganhando o Mundo

Em encontro presencial no Teatro Guaíra, os jovens falaram da emoção, alegria e também da oportunidade de crescimento permitida pelo

Em encontro presencial no Teatro Guaíra, os jovens falaram da emoção, alegria e também da oportunidade de crescimento permitida pelo sistema público de ensino do Paraná. Em 2026, o programa de intercâmbio do Governo do Estado levará 2 mil jovens a um período de aprendizado no Exterior.

O Teatro Guaíra, espaço cultural do Governo do Estado, eleito recentemente o melhor do País, virou palco de expectativas e sonhos nesta terça-feira (25), quando os estudantes selecionados para o Ganhando o Mundo 2026 se reuniram pela primeira vez no “esquenta” do programa. Vindos de todas as regiões do Paraná, eles começaram a viver o que muitos definem como um choque de felicidade. Muitos conheceram até Curitiba pela primeira vez. O dia de preparação vai terminar com um almoço no Madalosso.

Em 2026, o Estado fará a maior edição da história do programa, levando dois mil estudantes do Ganhando o Mundo para a Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido, com investimento de R$ 403,5 milhões. As despesas com alimentação, hospedagem, transporte, emissão de vistos e passaportes, além das passagens e seguro-viagem são custeadas pelo Governo do Paraná.

Uma das mais emocionadas era Isabela Kloster de Sene, de 15 anos, estudante do Colégio Professora Hildegard Sondahl, na Cidade Industrial de Curitiba. Ela será a primeira aluna da escola, em 30 anos de história do colégio, a participar do Ganhando o Mundo, e embarcará para a Nova Zelândia. Quando foi chamada pela equipe pedagógica, achou que levaria “uma bronca”. “Nunca imaginei que ouviria que fui selecionada. Foi um choque, mas um choque de felicidade”, conta.

Segundo ela, o momento foi inesperado e feliz, tanto para ela quanto para os colegas. Para Isabela, a viagem é a realização de um desejo antigo de conhecer outros países, algo que achava distante da realidade da família.

“Minha família ficou muito feliz, mas meu irmão mais novo ficou triste porque vai sentir minha falta. Expliquei que é por pouco tempo e que ele também pode tentar quando chegar a vez dele”, sonha. A garota, que até então tinha na bagagem a viagem mais longa para o Litoral do Paraná, se prepara para experimentar a primeira viagem de avião e o destino mais longo da sua vida.

No meio da plateia, duas amigas de infância viviam juntas o que jamais imaginaram que seria compartilhado: o sonho do intercâmbio. Ana Flávia Bettio e Isabela Bertol, ambas de 15 anos, de Renascença, estudam no mesmo colégio (Colégio Estadual de Renascença Padre José Júnior Vicente) desde pequenas e sempre falaram sobre viajar para fora. Ana vai para o Canadá; Isabela para a Nova Zelândia.

“Eu e a Ana somos amigas desde pequenas e sempre falamos sobre viajar para fora, mas nunca pensamos que seria ao mesmo tempo. A emoção é enorme”, revela Isabela.

Já Ana não esconde a expectativa das portas que se abrirão a partir da oportunidade. “Quando vi meu nome na lista, senti uma mistura de alegria e medo. Mas é um medo bom, que dá força para querer crescer. Eu sei que vou voltar muito mais preparada para o futuro”, diz.

As duas garantem que, mesmo longe, a amizade permanece. “A gente tá juntas há anos, não vamos perder essa conexão”, diz Isabela.

NOME NA LISTA – De Maringá, o estudante Davi das Candeias, de 15 anos, era um dos mais empolgados. Estudante do Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal, ele conta que ouviu falar do programa pela diretora, ainda no 9º ano. Achou que era algo “exclusivo demais”, distante da sua realidade, e se surpreendeu ao ver o nome na lista. “Quando vi meu nome, fiquei sem reação. Minha mãe ficou tão feliz que comprou uma bandeira do Canadá no mesmo dia”, conta.

O estudante acredita que o intercâmbio vai trazer autonomia e aprendizado sobre como lidar com situações novas. “O Ganhando o Mundo não é só uma viagem. É uma chance de enxergar novas possibilidades e entender que a escola pública também abre portas grandes”, reflete.

Em Toledo, a inspiração veio de casa. Bruno Gabriel Rodrigues, de 15 anos, é aluno do Colégio Estadual Dario Vellozo e decidiu se inscrever depois de ver a transformação na vida da prima, que participou da edição de 2022. Ele, que foi um dos alunos selecionados para uma temporada na Irlanda, ressaltou que o intercâmbio amplia horizontes e traz oportunidades acadêmicas e profissionais. “Quero conhecer outras culturas, ver como as pessoas vivem, estudar e quem sabe até descobrir qual carreira quero seguir. Acho que morar fora ajuda a clarear esses caminhos”, afirma.

FAMÍLIA VIBRANDO – Uma das histórias mais emocionantes foi a de Lara Tonetto, que nasceu em Planalto, mas estuda no Colégio Estadual Rocha Pombo, em Capanema. Também com 15 anos, ela descobriu no ônibus da escola que havia passado para ir para o Canadá. Estava tão nervosa que o edital não carregava no celular.

“Quando tentei abrir o edital no ônibus, o celular travou. Eu estava tão nervosa que nem conseguia olhar direito. Depois, quando finalmente vi meu nome, entrei em choque”, lembra. Lara, que conheceu Curitiba nesta terça-feira (o lugar mais longe que esteve da sua família até então) agora se prepara para a primeira experiência de avião. “Se não fosse o Governo do Paraná e esse programa, seria muito difícil realizar esse sonho, porque é algo caro”.

“Cheguei em casa chorando, minha mãe chorou também. Foi um momento muito nosso, porque ela acompanhou todo esse sonho desde o começo”, conta. De acordo com ela, até o pai, que não costumava demonstrar tanta animação com a ideia, também embarcou no apoio. “É muito especial ver a família vibrando junto”, resumiu.

ESQUENTA PARA O EMBARQUE – O coordenador do programa, Marlon de Campos Mateus, explicou que este é o único momento em que todos os dois mil selecionados para o Ganhando o Mundo 2026 se reúnem presencialmente. “É uma festa, mas também um momento de preparação. Eles estão muito felizes, mas precisam manter os pés no chão”, salienta.

Segundo ele, apesar da euforia, é preciso calma, especialmente para os cerca de 1.200 estudantes que embarcam apenas no segundo semestre e têm mais tempo de preparação. Já os 800 que viajam a partir de janeiro para Irlanda, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia precisam estar atentos a prazos e documentos. “Para quem viaja no primeiro semestre, a atenção aos prazos é essencial. Para os que embarcam só no segundo semestre, dá tempo de se preparar com calma. É uma ansiedade boa, e a gente ajuda a organizar tudo”, pontua.

Os primeiros embarques de 2026 devem acontecer já nos primeiros dias de janeiro. Os estudantes selecionados recebem um auxílio de R$ 800 mensais durante o período do intercâmbio.

GANHANDO O MUNDO – Criado pelo Governo do Paraná em 2022, o Ganhando o Mundo se tornou o maior programa público de intercâmbio estudantil do Brasil e, em 2026, terá sua edição mais ampla, com dois mil estudantes embarcando para Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido.

Com a nova edição em 2026, o programa atinge a marca de 4.540 jovens da rede estadual enviados para experiências internacionais no Canadá, Nova Zelândia, França, Estados Unidos, Inglaterra e, mais recentemente, Irlanda, ampliando oportunidades acadêmicas e culturais para alunos de todo o Estado.(AEDN).