Governo do Estado vai investir R$ 36 milhões para ampliar a estrutura do Lacen

Com a expansão, o Lacen poderá receber novos equipamentos e ampliar suas áreas de trabalho. Entre os avanços previstos estão

Com a expansão, o Lacen poderá receber novos equipamentos e ampliar suas áreas de trabalho. Entre os avanços previstos estão o aumento de até 20% na capacidade das análises de alimentos e a ampliação em cerca de 60% do laboratório de águas. A obra inclui melhorias na infraestrutura de apoio, com a construção de um auditório para 150 pessoas.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) licitou nesta terça-feira (16) a execução da nova fase de ampliação do Laboratório Central do Estado (Lacen), referência histórica em vigilância em saúde no Paraná. O investimento de R$ 36,1 milhões representa um avanço significativo para a saúde pública e reforça o papel estratégico do laboratório, que há mais de um século sustenta as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental nos 399 municípios paranaenses.

A licitação, conduzida pela Diretoria de Obras da Sesa, viabiliza a construção de 2.948,10 m² adicionais, o que permitirá ampliar em até 30% a capacidade de processamento de amostras enviadas pelas 22 Regionais de Saúde. A modernização vai adequar a estrutura aos mais rigorosos padrões técnicos exigidos para análises de interesse público, com impactos diretos no monitoramento de doenças, na segurança dos alimentos e na qualidade da água consumida pela população.

Para o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a ampliação representa um marco para a vigilância em saúde do Paraná. “O Lacen é um patrimônio científico do nosso Estado. Este investimento amplia a capacidade técnica do laboratório, moderniza processos e permite respostas mais rápidas e precisas para proteger a saúde da população. É uma obra estratégica, que reforça o compromisso do Governo do Paraná com uma vigilância forte, moderna e preparada para os desafios futuros”, afirmou.

Com a expansão, o Lacen poderá receber novos equipamentos e ampliar suas áreas de trabalho. Entre os avanços previstos estão o aumento de até 20% na capacidade das análises de alimentos e a ampliação em cerca de 60% do laboratório de águas, fortalecendo o monitoramento da qualidade da água consumida pela população e possibilitando a detecção de novos microrganismos. Também está prevista a ampliação da área responsável pelo monitoramento de resíduos e contaminantes em alimentos e no meio ambiente.

O projeto contempla ainda a criação de novos serviços, como as seções de Microbiologia de Produtos e de Saúde do Trabalhador, além da reativação da Seção de Entomologia, voltada ao estudo de insetos transmissores de doenças.

A obra inclui melhorias na infraestrutura de apoio, com a construção de um auditório para 150 pessoas, destinado a capacitações e eventos científicos, e de um novo refeitório com o dobro da capacidade atual, garantindo melhores condições de trabalho às equipes. O prazo de execução é de 18 meses (540 dias corridos), e a expectativa da Sesa é que os trabalhos tenham início após a finalização dos trâmites administrativos da licitação.

A diretora do Lacen, Célia Fagundes da Cruz, destacou que a ampliação concretiza um projeto aguardado há muitos anos. “O Lacen sempre esteve na linha de frente em todas as emergências sanitárias. Esta obra vai transformar nosso ambiente de trabalho e ampliar nossa capacidade de atender o Paraná com ainda mais qualidade e precisão”, afirmou.

131 ANOS — A execução da licitação ocorre no mesmo período em que o Lacen celebra 131 anos de história. O laboratório é o segundo mais antigo do Brasil e uma referência nacional em saúde pública. Fundado em 1894, em Curitiba, inicialmente como Laboratório Chimico de Análises, sob a liderança do médico Trajano Reis, o Lacen evoluiu ao longo das décadas acompanhando o desenvolvimento científico e sanitário do País. Em 1988, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), adotou a denominação atual e assumiu papel central no diagnóstico e controle de doenças.

Ao longo de sua trajetória, o Lacen consolidou-se como um dos pilares da vigilância em saúde no Paraná, sendo responsável por análises que orientam ações de controle epidemiológico, monitoramento ambiental, vigilância de alimentos, investigação de surtos e confirmação diagnóstica de doenças emergentes, como dengue, Covid-19 e outras arboviroses.

INVESTIMENTOSA RECENTES — De 2019 a 2025, o Lacen passou por um ciclo contínuo de modernização, com a implantação de novos diagnósticos moleculares para febre amarela, raiva, agora sem uso de experimentação animal, e sarampo, além de estratégias pioneiras como o monitoramento molecular da dengue. Durante a pandemia de Covid-19, o laboratório integrou a Rede Nacional de Sequenciamento Genético, possibilitando o acompanhamento rápido da evolução do SARS-CoV-2 e de suas variantes.

Nesse período, o Lacen recebeu aproximadamente R$ 20 milhões em equipamentos, destinados à qualificação da unidade e dos laboratórios da rede descentralizada. Em 2025, passou a contar com um sequenciador genético de última geração, que reduziu o tempo de processamento das análises para cerca de quatro horas e ampliou a vigilância de vírus respiratórios, arboviroses e bactérias de importância epidemiológica.

Também foram adquiridos cinco novos equipamentos para Teste Rápido Molecular para Tuberculose, fortalecendo o diagnóstico e contribuindo para o tratamento da doença.

Além disso, foi implantada uma nova tecnologia de diagnóstico molecular multiplex, capaz de identificar dezenas de agentes infecciosos a partir de uma única amostra. Utilizada em casos graves e óbitos ainda sem causa definida, a ferramenta fornece resultados em cerca de uma hora e reforça a capacidade do Lacen em esclarecer casos complexos, investigar surtos e apoiar decisões clínicas com agilidade e precisão.(AEDN).