Paraná será responsável pelo banco brasileiro de antígenos e vacinas contra febre aftosa

Pelo projeto inédito, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) passa a deter os insumos necessários para disponibilizar, em todo

Pelo projeto inédito, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) passa a deter os insumos necessários para disponibilizar, em todo o território nacional, em 72 horas, vacinas para o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) utilizar emergencialmente contra a doença.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta quinta-feira (18) que o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será o responsável pela criação do primeiro banco brasileiro de antígenos e vacinas contra febre aftosa, um estoque estratégico de insumos para a formulação rápida de vacinas em eventuais casos de surto da doença. Pelo projeto inédito, o Tecpar passa a deter os insumos necessários para disponibilizar, em todo o território nacional, em 72 horas, vacinas para o ministério utilizar emergencialmente contra a doença.

O contrato assinado em Brasília entre Mapa e Tecpar prevê a criação do banco com 10 milhões de doses de antígenos de dois sorotipos do vírus de febre aftosa que mais circularam no Brasil. O contrato de 10 anos prevê ainda o fornecimento imediato de até 10 milhões de doses da vacina para o ministério, em casos de eventuais surtos.

Desde 2021, o Paraná é reconhecido internacionalmente como zona livre de febre aftosa sem vacinação, status concedido ao Brasil pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em maio de 2025. Uma das formalidades exigidas pela OMSA a um país que recebe o título de zona livre de febre aftosa sem vacinação é, justamente, deter um estoque de antígenos e vacinas para resposta rápida em casos de surto, de forma a ser feito o controle imediato da doença.

Segundo o diretor-presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, a proposta da criação do banco, idealizada pelo instituto, representa uma importante contribuição do Paraná para garantir a segurança sanitária no Brasil e a manutenção do atual status sanitário brasileiro.

“Mais uma vez o Governo do Paraná e suas instituições se colocam à disposição do País, para apoiar um setor estratégico brasileiro que é o agronegócio. Há 85 anos o Tecpar atua como laboratório público com oferta de soluções na área de saúde animal e humana e agora abre uma nova frente, com o banco brasileiro de antígenos e vacinas contra febre aftosa”, disse.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, salientou que a criação do banco é um passo histórico do fortalecimento da pecuária brasileira e que faz parte do crescimento do setor manter a sanidade do rebanho, de forma a oferecer produtos seguros para toda a população brasileira e também para exportação.

“É muito difícil manter esse status sem a vacina e estamos fazendo a nossa parte hoje, com investimentos na criação do banco, com essa parceria com o Tecpar, que é uma referência nesta área e com outras vacinas, além da parceria internacional com a empresa Biogenesis Bagó. Esse é um investimento na preparação de um futuro tranquilo e que vai permitir que a carne brasileira acesse os mercados mais remuneradores e mais exigentes”, afirmou.

BANCO – A partir da assinatura do contrato, o Tecpar passa a ser o único laboratório público do país a manter um banco brasileiro de antígenos e vacinas contra a febre aftosa. Para isso, o Tecpar conta com a parceria com a empresa argentina Biogenesis Bagó, com a qual, em março de 2025, firmou um acordo de cooperação tecnológica para a transferência e internalização de tecnologia.

Reconhecida internacionalmente na área de febre aftosa, sendo responsável pelo banco de antígenos da Argentina desde 2000, dos EUA e Canadá desde 2006, além de países como Taiwan e Coreia do Sul, a Biogenesis Bagó passa a ser o braço tecnológico do Tecpar para a produção das vacinas, bem como para o controle de qualidade e armazenamento dos antígenos.

A criação do banco de antígenos evita o desperdício de doses de vacinas, já que elas têm validade menor do que a dos antígenos produzidos (diferença de oito anos). Além disso, permite flexibilidade de escolha das cepas, evitando o desperdício de vacinas que poderiam ter sido produzidas antes do eventual surto da doença.

“A infraestrutura do nosso parceiro tecnológico vai garantir, por meio do Tecpar, acesso ao Brasil aos antígenos para formulação rápida das vacinas, além de transferência de conhecimento para os técnicos do instituto, que passarão a se integrar ao processo produtivo da vacina. Com isso, o Tecpar se tornará referência como laboratório público no controle da febre aftosa”, salienta Marafon.

SAÚDE ÚNICA – Com esta nova frente de trabalho o Tecpar reforça o compromisso em fortalecer a Saúde Única no Brasil, abordagem que reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental. Para isso, o instituto tem investido na ampliação da sua estrutura e em novos projetos e parcerias, visando a autossuficiência do país na produção de imunizantes e insumos veterinários.

Além de seguir como o único fornecedor da vacina antirrábica veterinária ao Ministério da Saúde, com 25 milhões de doses fornecidas em 2025, o Tecpar está finalizando a construção do Centro de Pesquisa e Produção de Insumos para Diagnósticos Veterinários (CIV), que irá produzir insumos para o diagnóstico da brucelose, tuberculose e leucose bovina. (AEDN).