Criciúma: uma cidade em estado de choque após noite de terror com assalto a banco

Moradores relatam momentos de pânico com disparos que duraram cerca de duas horas e deixaram policial gravemente ferido

Marcas de tiros nas fachadas de prédios e lojas. Vitrines quebradas. Projéteis e estilhaços pelo chão. E uma cidade em estado de choque. Foi assim que amanheceu Criciúma nesta terça-feira (1º), após criminosos fortemente armados assaltarem uma agência do Banco do Brasil na área central, sitiando a cidade, fazendo como reféns funcionários da prefeitura que pintavam faixas de pedestres e causando pânico e destruição.

Por volta das 9h30min, a fachada do banco atacado pelos bandidos, na esquina entre a avenida Getúlio Vargas e a rua Lauro Müller, chamava a atenção. A expressão no rosto de muitas das pessoas era de perplexidade. Elas ainda tentavam assimilar o que havia acontecido horas antes, quando a cidade foi alvo de um assalto a banco que já é considerado o maior da história de Santa Catarina. O local permaneceu isolado, enquanto policiais armados e peritos entravam e saiam de dentro do prédio.

Da janela do apartamento onde mora, a poucos metros dali, Jennifer Bosa, 28, ouviu os primeiros disparos, por volta da meia-noite. Ela conta que inicialmente achou que fossem fogos de artifícios, mas que depois chegou a ver quatro dos criminosos na rua e percebeu que, na verdade, o barulho eram tiros. Em pânico, a jovem se deitou no chão na tentativa de se proteger.

Eles atiravam para cima, para baixo, não tinham alvos. Foram duas horas de disparos, praticamente sem parar. Eu tive uma crise de pânico, chorei, precisei ser socorrida por uma vizinha. Ainda não consegui dormir — relata a jovem.

O tiros disparados pelos criminosos tinham como objetivo intimidar os moradores e afastar a ação da polícia. Além dos disparos, a quadrilha usou bombas e bloqueou ruas. Os criminosos também atacaram o 9º Batalhão da Polícia Militar com tiros nas janelas, bloqueio na saída com um caminhão em chamas e explosão acionada por celular.

Conforme a polícia, a ação envolveu cerca de 40 bandidos. Eles seguem foragidos. Dez carros usados no crime foram encontrados num milharal em Nova Veneza, cidade vizinha. A quantia roubada da agência não foi informada. Um policial militar acabou gravemente ferido após ser baleado.

Pelas ruas, além do rastro de destruição, os bandidos também abandonaram malotes com cédulas de dinheiro roubadas do banco. Cerca de R$ 800 mil foram recuperados pela polícia. O dinheiro estava com quatro pessoas que teriam encontrado as quantias pelo chão. Elas foram presas.

Fonte: NSC TOTAL

Foto: Diário Catarinense