Homenagem a Capanema em forma de versos
Aniversário do pago
Aniversário do pago
O mundo gira no espaço
Sem restrição, bem ligeiro
Vou sorvendo um galponeiro
Para melhor compreender
É difícil entender
O deslindar do trajeto
Nos confundem por completo
Nos percalços do saber
Eu que fui bem falquejado
No modo antigo grotesco
Mesclado com sangue fresco
E baba de bagual baio
Olho no mais de soslaio
Descrevo a taqueometria
Mirando a logosofia
O mundo é um tubo de ensaio
O ensino não me ensinou
E nunca vai ensinar
Eu tive que rebuscar
Na proseada galponeira
Orelhano sem fronteira
Sem marca e sem arranhão
Galguei a pós- graduação
Da faculdade campeira
Haragano e mui teatino
Nas minhas rudes andanças
Ajoujado nas lembranças
Tenho historia para contar
Com contratempo e azar
Ao menos favorecido
Meu Capanema querido
Aqui vou te destacar
Parabéns meu Capanema
No cruzar a catorzena
E a toda essa indiada buena
Louvores cristãos humanos
Essênios samaritanos
Temperado na fumaça
Que Deus derrame sua graça
Para abençoar os teus anos
Aí no paranazão
Tua terra seja um espelho
Esse rico chão vermelho
Pro gaúcho foi eureca
E o resto que leve a breca
Com o pretume do feijão
A tinta desse teu chão
Me encardia a cueca
E fui crescendo taludo
Tomando banho em lajeado
No Iguaçu nadei pelado
Por conta da refrescada
Em manhã de geada
Me enfurnava no galpão
A cavalo num tição
De canelita esfolada
Os anos foram cruzando
Te cantando aqui estou
O Capanema se encorpou
E tem cara de cidade
Com beleza e lealdade
Estou de lombo brazino
Dos guascaços do destino
Que sempre deixa saudade
Rendo as minhas condolências
Aos amigos que partiram
Para outros rumos seguiram
Igual eu também parti
Voltar de novo a guri
Num passe de retrospecto
Com consciência circunspecto
Vendo a terra onde eu cresci.
Parabéns, Capanema, pelos teus 67 anos de emancipação.
Miracatu, São Paulo 2018.
Luiz Scherette.