PACIENTES DA ONCOPEDIATRIA DA UOPECCAN SE DIVERTEM NO MACUCO SAFARI E CONTAGIAM OS VISITANTES

Eles chegaram alegres, com os olhinhos brilhantes e atentos a cada detalhe na recepção do edifício ambiental do Macuco Safari.Nada

Eles chegaram alegres, com os olhinhos brilhantes e atentos a cada detalhe na recepção do edifício ambiental do Macuco Safari.Nada passou em branco. Quiseram saber mais sobre o pássaro macuco, os ovos azul turquesa expostos na recepçãoe fizeram várias perguntas sobre os habitantes da mata.  Falantes, curiosos, felizes, chamaram a atenção de turistas de várias nacionalidades, presentes no local.

Antes de embarcar na carreta uma adolescente que já está curada do câncer e duas crianças com idades entre cinco e seis anos gravaram vídeo agradecendo ao diretor do Macuco Safari, Ademir Santos, o presente de Natal antecipado. Em seguida, fizeram a entrega de exemplares do livro “Anjos do Bem”que traz histórias escritas pelos próprios pacientes. Quem venceu a doença e outros ainda em tratamento.

 

CURIOSIDADE E EMOÇÃO

O percurso na trilha foi outro momento em que as crianças deram show de vivacidade. Interagindo com a guia do passeio o tempo todo, mostraram um visível interesse pela vegetação local e arrancaram risadas dos adultos com perguntas inusitadas.

Já no deck, a simples visão do cais com os barcos provocou uma grande euforia na turminha. Já embarcados, um dos meninos, instalado junto à saída do bondinho, gritou emocionado para o outro sentado no lado oposto ao seu:  “Eu sabia, eu sabia que ia ter passeio de barco. Eu sabia! ”.

Pelo segundo ano consecutivo a empresa ofereceu o passeio aos pacientes do hospital, ampliando assim o serviço socialque já é realizado em outras áreas.

 

LIÇÃO DE VIDA

 

O coordenador de Captação de Recursos da instituição, Leandro Araújo Bellió, a quem as crianças chamam de tio, falou do significado dessa atividade explicando que: “como a doutora Carmem sempre fala, isso funciona como uma consulta ao ar livre. Tirar as crianças do ambiente hospitalar e deixá-las em contato com a natureza, ar puro, árvores, água, isto faz um bem muito grande a elas”, ressaltou.

Prosseguindo Leandro Bellió destacou as lições recebidas diariamente. “É fantástico. Elas fazem a gente pensar muito na vida.Levam tudo commuita coragem. São alegres, estão sempre brincando. Me impressiona também a energia dessa turminha. Hoje, por exemplo, aproveitaram todo o dia e ainda estão com muita vontade de brincar! ”.

 

LAÇO AFETIVO

 

Tanto Leandro quanta a gerente de Assuntos Institucionais do hospital, Kelyn Cristina da Cruz Aires confirmam os laços afetivos estabelecido entre a equipe do Uopeccan e os pacientes. “É inevitável. O convívio, em condição tão sensível, nos aproxima”, afirma.

Além de escrever o livro contando a própria história de vida, as crianças produzem atualmentecartinhas para o Papai Noel esperando padrinhos para adoção. “É importante poder fazer alguma coisa. O tratamento oncológico é duro, pesado, as mães também precisam de muita força, e nós buscamos oferecer, além do tratamento, carinho e lazer”, completou Aires.

 

Alto índice de cura

 

O Uopeccan é referência na região Oeste do Paraná, no tratamento do câncer juvenil, que vai de zero aos 18 anos. De acordo com Kelyn Cristina 302 crianças e adolescentes são atendidos na unidade de saúde. Um dado chama a atenção.  A instituição mantém uma média superior a 75% de cura dos pacientes.  Ainda segundo ela, no Norte do Brasil, a média é 60%.

O trabalho na unidade é orientado pelas doutoras Carmem Mendonça Fiori e Aline Carla Rosa, que fazem um trabalho de diagnóstico precoce. Ali são capacitados profissionais de saúde da região, para encaminhar as crianças o quanto antes, o que aumenta a chance de cura.

O Uopeccan oferece atendimento completo – cirurgia, quimioterapia, radioterapia. “Quando a criança faz rádio, fica na casa de apoio, não é necessário internar. Para a quimioterapia vai para o ambulatório interno. “Temos várias crianças, inclusive de Foz do Iguaçu, que estão no passeio hoje, que ficam na casa de apoio da Uopeccan”, informou Kelyn.

A estrutura, de acordo com ela, é mantida pelo SUS-Sistema Único de Saúde-, operadoras de planos de saúde e pelas doações da comunidade. “Esse engajamento da região toda é fundamental. Aqui em Foz e região não existe médico especialista para criança com câncer. Em Cascavel temos”, disse.