SOCIEDADE CIVIL E ORGANIZADA APÓIA REABERTURA DA ESTRADA DO COLONO EM CAPANEMA PR
Três horas de debates marcaram a primeira audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por intermédio da Frente
Três horas de debates marcaram a primeira audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por intermédio da Frente Parlamentar pela reabertura da Estrada-Parque Caminho do Colono e da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania.
O entusiasmo pela reabertura era grande entre os presentes, muito com a intenção de buscar o desenvolvimento da região e que consideram a reabertura essencial para isso.
Hoje, os 42 municípios da Amsop estão engajados na reabertura da Estrada do Colono. Como disseram nossos deputados, é uma emoção estar nesta audiência. É uma causa do povo do Sudoeste. Os prefeitos sabem como é difícil trazer o desenvolvimento e promover a geração e o emprego para que a população tenha cada vez mais desenvolvimento. E esta estrada fará isso: trará o desenvolvimento para a região, ligando o Sudoeste ao Oeste do Estado. Temos a capacidade de fazer uma estrada que respeite a fauna e a flora. Para o Prefeito de Capanema nos relatou que: “Estamos engajados nesta causa”.
Além dos prefeitos, os vereadores dos municípios também estão favoráveis à abertura, como relatou na audiência o presidente da Câmara de vereadores de Capanema Valdomiro Brizola. “Esta obra vai sair do papel. A estrada vai ser uma nova realidade do Sudoeste do Paraná. Todos querem, chegou a hora”.
O juiz aposentado Márcio Geron, é um grande entusiasta da causa. Ele disse que a população não é contra à preservação do meio ambiente, muito pelo contrário e que manter a estrada fechada é criminalizar todo um povo. “Nós não somos criminosos ambientais. Somos um povo que ama a natureza, que preserva e preservará o Parque Ambiental. Para nossos antepassados, proteção ambiental era um gesto de amor. Estamos vivendo uma política ambiental que provoca a separação. O fechamento do Caminho do Colono é a criminalização de um povo, é uma injustiça. Apelo aos senhores deputados o empenho de todos nesta causa”.
Emprego e o desenvolvimento dos municípios também são as preocupações dos empresários da região, como relatou o presidente da Associação Comercial de Capanema, André Mueller, que lembrou das diversas oportunidades que existiam na região antes do fechamento da estrada, na década de oitenta. “Tínhamos várias oportunidades de emprego e desenvolvimento nos municípios da região, mas após o fechamento da estrada isso mudou. Continuamos próximos, mas com uma barreira. Nossa população acabou migrando para centros maiores. Parentes e amigos tiveram de buscar novas oportunidades fora daqui. Queremos preservar, pois é possível integrar ser humano e natureza. Para nós, a estrada é sinônimo de preservação, mas também é de desenvolvimento humano e econômico. Sua abertura vai trazer novas oportunidades para toda a região”.
Para muitos jovens moradores do distrito de São Luiz, em Capanema, não viram a estrada aberta. O conhecimento que eles tem são apenas as histórias contadas pelos avós e os jovens esperam um dia poder ver a estrada aberta.
História – Um dos entraves para manter a estrada aberta é que não foi considerado o fato de o caminho existir muito antes da criação do Parque Nacional, como aconteceu com o lado argentino. Essa história foi lembrada pelo professor Antônio Myskiw da Universidade Federal Fronteira Sul, de Realeza. “Temos evidências documentais de que o caminho do colono existe antes do próprio Parque do Iguaçu. Embora o parque tenha sido criado em 1939, a estrada já existia bem antes disso. Ela só foi sendo reforçada e ampliada ao longo dos anos”.