Empregos em TI crescem 6% no Paraná, mesmo com a pandemia de Covid-19

Desempenho no Estado é duas vezes maior que os 3,2% registrados no Brasil

A geração de postos de trabalho em serviços em tecnologia da informação (TI) no Paraná manteve saldo positivo, no acumulado de 12 meses – julho de 2019 a julho de 2020, mesmo com crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A informação é do “Boletim Emprego em TI”, elaborado por meio de uma parceria entre a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-Paraná) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O levantamento divide TI em duas categorias, seguindo nomenclatura da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex). São elas a Core TI (ramo de serviços em TI) e TI In House (área de serviços de TI).

O boletim aponta que em Core TI o crescimento de empregos no Paraná entre julho de 2019 e julho deste ano alcançou 6%. Em TI In House, houve variação próxima de 0%. Por outro lado, no total da economia houve queda de 1%, mostrando que a TI escapou, no período, dos efeitos mais graves da crise.

O desempenho do Paraná, em particular em Core TI, superou a média nacional. A taxa de variação positiva no saldo de empregos foi de 6% entre as empresas paranaenses, ou praticamente duas vezes maior que os 3,2% registrados no Brasil.

Para o presidente da Assespro-Paraná, Adriano Krzyuy, o levantamento confirma que os serviços de TI no estado têm apresentado “maior capacidade de resiliência”, em relação a outras unidades da federação. O líder empresarial considera ainda que a variação superior de empregos em serviços de TI, diante da queda no total da economia, reforça a importância da atividade, sobretudo neste período de exceção.

“A crise da pandemia revelou, enfim, a importância do investimento público e privado em TI, na geração de oportunidades e de soluções capazes de superar as limitações de produção e de distribuição de bens e serviços, em um cenário marcado por isolamento e distanciamento social”, sublinha Adriano Krzyuy.

O boletim ressalta que, nos 12 meses anteriores (julho de 2018 a julho de 2019), o crescimento nos postos de trabalho em TI no Paraná tinha alcançado 12%, em Core TI, e 1%, em TI In House. Assim, em um período maior de análise – 24 meses (julho de 2018 a julho de 2020) -, em Core TI no Paraná apresentou 18% de crescimento de emprego, “taxa muito superior ao 0,5% do total da economia”, frisa o presidente da Assespro-Paraná.

Tomando-se o desempenho apenas em julho de 2020, em comparação com junho, o Paraná foi o quinto estado, entre os seis analisados (e que concentram 80% dos postos de trabalho em TI no Brasil) com saldo positivo entre admissões e demissões, em Core TI. O saldo foi de 224 vagas.

São Paulo (882), Minas Gerais (270), Santa Catarina (239) e Rio Grande do Sul (227) ficaram à frente. Rio de Janeiro, por sua vez, teve saldo negativo (-29).

PELO INTERIOR DO ESTADO

Adriano Krzyuy destaca, neste caso, a descentralização de saldo positivo no Paraná, ou seja, o fato de o crescimento não ter se concentrado só na capital. “Por exemplo, entre os dez primeiros municípios paranaenses em número de admissões, Maringá liderou o ranking, com um saldo positivo de 71 vagas de emprego, em julho último”, cita.

Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, Pato Branco, São José dos Pinhais, Dois Vizinhos, e o conjunto dos outros municípios, vêm na sequência com saldos positivos de emprego. Cascavel, por sua vez, teve um saldo zerado, e Pinhais (-3) e Cianorte (-2) apresentaram saldos negativos de emprego.

AQUECIMENTO DAS ATIVIDADES

O caso do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), apoiador da elaboração do estudo, ilustra como, durante a pandemia, houve aquecimento das atividades ligadas à tecnologia da informação.

É o próprio diretor-presidente da organização, Fabrício Ormeneze Zanini, quem expõe: “Percebemos que o setor de TI permaneceu aquecido. No caso do ICI, realizamos mais de 30 admissões somente no período da pandemia, isto é, de meados de março até setembro, e ainda temos oportunidades de trabalho em aberto. Nosso setor mostra-se cada vez mais imprescindível, por subsidiar soluções que não só dão acesso, como possibilitam novas formas de consumo de bens e serviços. Instituições públicas e privadas devem seguir investindo em TI para se manterem ativas e relevantes para seus consumidores e clientes”.