Estado reforça apoio aos municípios para combate à dengue

Governo vai liberar R$ 5 milhões para reforçar o combate à doença no Estado, que já registra 26.692 casos confirmados de dengue. Os recursos serão distribuídos entre os 118 municípios que se encontram em situação de alerta (40) ou de epidemia (78).

O governador Carlos Massa Ratinho autorizou nesta terça-feira (18) a liberação de R$ 5 milhões para reforçar o apoio ao combate à dengue no Estado. Os recursos serão distribuídos entre os 118 municípios do Paraná que se encontram em situação de alerta ou de epidemia da doença, com os valores variando entre R$ 15 mil e R$ 200 mil.

Os recursos, explicou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, serão usados exclusivamente em ações relacionadas à dengue, para ajudar no chamado manejo clínico. “Para o munícipio contratar mais um médico temporariamente, uma ou duas enfermeiras… Enfim, fazer tudo aquilo que possa ajudar a população doente”, afirmou.

Ele lembrou ainda que o Ministério da Saúde autorizou também nesta semana o repasse de uma nova quantidade de insumos para o tratamento da doença no Paraná. O estoque será capaz de atender até 100 mil casos.

“Não esmorecemos. Estamos diariamente em combate ao mosquito, acompanhando os números para balizar nossas decisões e estratégias contra a dengue”, disse Beto Preto. Ele lembra que o sorotipo cirulante no Estado é o DEN2, que representa 83% das infecções. “Praticamente não há imunidade na população do Paraná para este sorotipo”, alerta Beto Preto.

FORÇA-TAREFA – Durante reunião do Comitê Intersetorial de Controle da Dengue, o secretário reforçou a necessidade de cuidados e envolvimento da sociedade no controle aos criadouros do mosquito, uma vez que 90% deles é removível. Preto informou que estão previstos novos mutirões de limpeza e orientação naquelas cidades em que os índices da enfermidade estão subindo, especialmente na Região de Paranavaí, na 14ª regional de saúde.

A ideia é repetir a estratégia usada com sucesso em Nova Cantu, Quinta do Sol, ambas na Região Centro-Oeste, e Florestópolis, no Norte. Primeiras cidades do Paraná a decretar situação de epidemia, os três municípios conseguiram controlar a incidência da doença após a intervenção direta da secretaria.

A força-tarefa, disse Beto Preto, contará com o apoio de profissionais especializados em dengue que serão deslocados temporariamente de outras regionais do Estado para atuar nos municípios mais críticos. “Serão varreduras nas áreas epidêmicas, reforçando que o combate se dá com o fim dos pontos focais de proliferação do mosquito”, afirmou Beto Preto.

As ações serão completadas com mutirões nos perímetros de prédios públicos, como delegacias, hospitais, pátios do Detran, prefeituras e secretarias. Durante o feriado de carnaval, as policias Militar, Civil e Rodoviária Estadual atuarão juntas na orientação e distribuição de panfletos educativos nas estradas, praias e cidades turísticas. “Estamos todos juntos nesta luta”, reforçou o secretário.

NOVO BOLETIM – Boletim da dengue divulgado nesta terça-feira (18) pela Secretaria de Estado da Saúde registrou 26.692 casos confirmados de dengue no Paraná, cerca de 30% a mais do que na semana anterior (20.563). Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 6.657%.

São 78 cidades em situação de epidemia e 40 em alerta. Paranavaí foi quem registrou o maior número de infecções (1.123), seguido por Foz do Iguaçu (503) e Bandeirantes (276).

Também ocorreram dez óbitos por dengue no período, totalizando 23 mortes desde o início do monitoramento por parte da secretaria, em 28 de julho de 2019. Os óbitos acometeram principalmente pessoas idosas e portadoras de outras doenças associadas, nos municípios de Alto Paraná (2), Foz do Iguaçu, Medianeira, Douradina, Xambrê, Terra Rica, Santa Mônica, Sarandi e Maringá.

SINAIS – A dengue apresenta-se na forma clássica, com febre alta súbita, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, náuseas, tonturas e extremo cansaço, entre outros.

Quando o caso evolui, mostra os chamados sinais de alarme, como dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, palidez, sangramentos pelo nariz, boca e gengivas.

Normalmente os sinais de alarme ocorrem entre o terceiro e o quinto dia da infecção, o chamado período crítico da dengue. Tratado corretamente, com hidratação e medicação sintomática, a maioria segue para cura.