Analistas discutem comercialização e clima na safra 20/21

Previsões apontam para uma boa produção e comercialização de grãos, favorável aos produtores também na safra 2020/21, apesar da maior estiagem dos últimos anos que está atrasando o plantio no Paraná.

Previsões de analistas de mercado experientes apontam para uma boa produção e comercialização de grãos, favorável aos produtores também na safra 2020/21, apesar da maior estiagem dos últimos anos que está atrasando o plantio no Paraná. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o período está beneficiando o setor produtivo com a elevação nos preços dos principais produtos – soja e milho – e que o Valor Bruto da Produção (VBP) do ano que vem pode crescer acima de 15% em decorrência dos bons preços obtidos pelos produtores na comercialização da safra 2019/20.

O tema foi abordado nesta quarta-feira (30/09) em uma live transmitida pelo canal Paraná Cooperativo no Youtube, da Organização das Cooperativas do Paraná. A transmissão ao vivo pela internet abordou as tendências da meteorologia e de mercado para a safra que começa a ser plantada. Participaram cerca de 250 pessoas entre lideranças da agropecuária e produtores, presentes em salas nas cooperativas e sindicatos rurais.

Também participaram da live o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Marcio Nunes, o superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken, e o presidente da Federação da Agricultura no Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguetti.

Neste ano, o VBP já alcançou a marca de R$ 97,5 bilhões. Mesmo com essa boa expectativa, os produtores devem ter cautela porque em algum momento a ressaca virá, alertou Ortigara.

Segundo ele, pela primeira vez, a venda de proteínas animais (carnes) deve superar a comercialização de grãos, com resultados acima de 50% do VBP. Os preços das carnes de suínos, boi, leite estão bons, assim como da soja e do milho.

Porém, Ortigara destacou que o mercado muda e os produtores já estão acostumados com essas variações. “Assim como eles estão vendendo bem a produção agora, já começam a se preparar para o aumento de custos de plantar a safra e, também, para o estresse do atraso de plantio, em função da maior crise hídrica dos últimos anos. Nunca plantamos tão pouco nessa época do ano”, disse.

Ele acrescentou que com o retorno das chuvas o Paraná pode repetir a colheita de uma grande safra no começo do ano que vem, como está ocorrendo em 2020, em que o Estado está colhendo a segunda maior safra da história, com um volume perto de 41 milhões de toneladas de grãos.

Porém, Ortigara chamou a atenção do produtor que ele pode enfrentar problemas em janeiro e fevereiro com atrasos no plantio da segunda safra de grãos. Outro alerta para produtor foi para não descuidar de técnicas importantes como o manejo integrado de solos e evitar a compactação para evitar frustrações mais para frente.

De acordo com secretário Marcio Nunes, o Paraná é um dos Estados que mais preserva o meio ambiente no País, e o produtor rural paranaense produz com sustentabilidade, acompanhando a era do alimento sustentável. Nunes antecipou que está em curso o programa Descomplica da Energia Sustentável, em que toda a produção de energia sustentável, que não emite carbono no meio ambiente, terá o processo de licenciamento bastante simplificado. “Tudo o que for alternativo será facilitado e essa será a marca do Estado que vai ao encontro do que as cooperativas paranaenses precisam”, disse.