Governo garante 108 novos leitos para o Hospital Universitário de Maringá

Unidade receberá investimento de R$ 15,3 milhões para equipar o espaço que será utilizado exclusivamente para tratamento de pacientes da Covid-19 na região Noroeste durante a pandemia. Governo está reforçando as estruturas dos quatro HUs do Estado.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou nesta sexta-feira (24) a contratação de 108 novos leitos para o Hospital Universitário de Maringá. O investimento é de R$ 15,3 milhões, sendo R$ 7,8 milhões para custeio para os próximos seis meses e R$ 7,5 milhões em equipamentos, mobília e insumos médicos.

O espaço utilizado para tratamento exclusivo de pacientes da Covid-19 durante a pandemia será a ala da clínica para adultos do HU, que foi erguida para ampliar o atendimento cirúrgico. O projeto original foi finalizado no final de 2018 e contou com recursos de R$ 18 milhões do Governo do Estado. Com os 108 novos leitos, a capacidade do hospital vai praticamente dobrar.

O governador destacou que a contratação tem caráter emergencial para atender pessoas infectadas pelo novo coronavírus, mas que a estrutura e os equipamentos ficarão de maneira definitiva no hospital, atendendo uma demanda de todos os municípios do Noroeste, onde residem cerca de 2 milhões de pessoas.

Ratinho Junior também disse que os novos leitos atendem a estratégia do governo estadual de ampliar o atendimento regionalizado e personalizado para pacientes da Covid-19 nesse primeiro momento, e cuidados específicos e perto da casa das pessoas no pós-pandemia.

“Desde o início dessa crise de saúde pública fizemos um planejamento de contratações para montar uma grande rede. Esse desenho das novas UTIs tem nos dado uma visão da necessidade de cada região. Agora estamos estruturando esses espaços”, afirmou Ratinho Junior. “Não estamos apenas querendo atender as pessoas, mas atender bem e com qualidade, salvando o máximo de vidas para quem precisar de tratamento em estágio mais avançado da doença”.

Ele também destacou que a nova ala do Hospital Universitário de Maringá não tem caráter de hospital de campanha e que nos próximos dias serão contratados servidores por chamamento público para começar a dar vida a esse novo espaço da unidade.

Ratinho Junior explicou que a ideia é que esse processo seja feito de maneira escalonada, conforme o avanço do número de casos. “São investimentos que vão ficar como ativos para Maringá, para a UEM e para todos os municípios da região. Num segundo momento vamos sentar com os diretores de todos os HUs do para fazer um planejamento orçamentário de contratações definitivas”, acrescentou.

ESTRUTURAÇÃO – Os 20 novos leitos de UTI já estão totalmente aptos para uso. Parte dos monitores, ventiladores e respiradores foi repassada pelo governo federal e parte pela Secretaria da Saúde. “Viemos fazer a autorização de recursos para que essas licitações e as atas de registro de preço possam ser cumpridas para adquirir ainda mais equipamentos. É um hospital que une assistência e academia. Vamos atender com carinho e respeito pacientes que pegarem do coronavírus”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

Ele também citou um reforço de leitos de UTI no Noroeste e em regiões próximas, como a ampliação da estrutura do Hospital Municipal de Maringá e do Hospital Metropolitano de Sarandi, além de novos leitos em Paranavaí, Goioerê, Colorado, Campo Mourão, Laranjeiras do Sul, Umuarama, Apucarana, Cianorte, Jacarezinho, Arapongas e Assis Chateaubriand.

Beto Preto disse que todo o Estado está sendo atendido. “Já ampliamos mais de 500 leitos com a estratégia nas estruturas existentes e esse esforço com os hospitais universitários da rede estadual e os três hospitais regionais de Guarapuava, Ivaiporã e Telêmaco Borba será fundamental no combate da Covid-19”, complementou.

NOVA ALA – Segundo a superintendente do HU, Elisabete Kobaiashi, o uso do espaço da clínica de adultos foi solicitado pelo Governo do Estado em janeiro. Desde então o hospital vem realizando adequações e novas instalações. “Corremos contra o tempo, finalizamos a infraestrutura do espaço e agora estamos equipando e mobiliando. Há, inclusive, possibilidade de transformar as enfermarias em novos leitos de UTI. Estamos acompanhando a evolução da doença”, afirmou.

Segundo a médica, o novo espaço vai concentrar os pacientes da Covid-19 de Maringá e região. “Criamos um serviço de triagem com uma barraca na entrada do hospital, para separar pacientes com sintomas respiratórios do pronto-socorro geral. Também criamos uma unidade de atendimento diferenciada com 4 UTIs e novas enfermarias. Mas essa estrutura totalmente nova dará mais segurança para os pacientes e profissionais, porque é um lugar mais adequada para suprir a necessidade da região”, acrescentou.

UEM – Júlio Damasceno, reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), destacou que a capacidade atual do Hospital Universitário é de 120 a 130 leitos. Ele também frisou o papel de integração e ciência proposto pelas universidades em situações de emergência em saúde pública. “Temos um hospital cujo pronto-socorro é de porta aberta, com muito fluxo, e precisávamos expandir. Vamos dobrar o número de leitos, e isso vai impactar em toda a região”, destacou.

“Como somos formadores, teremos mais capacidade para formar médicos, enfermeiros, farmacêuticos, e todos aqueles ligados direta e indiretamente”, disse o reitor. “O coronavírus mostrou como é importante o preparo e a história de desenvolvimento das universidades. Não se desenvolvem medicamentos e protocolos de tratamento sem uma rede. Sem isso estaríamos a mercê do acaso”.

Damasceno também citou que foi criada uma rede de pesquisa na UEM para emergência epidemiológica. Esse grupo de profissionais de diversas áreas não tem caráter permanente, mas neste momento estará focado na Covid-19. “Temos técnicos de modelagem matemática e estatística trabalhando para apoiar os nossos gestoras nas decisões”.

Segundo o reitor, as áreas de biotecnologia e biologia tentam encontrar outras saídas. “O HU também está habilitado em uma rede nacional para testar medicamentos, para estudos clínicos. Além de testes in vitro”, afirmou Damasceno. “Também criamos um convênio com a prefeitura de Maringá para testagem mais ampla da população, para determinar o comportamento de contaminação e antever as respostas”.

O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), da UEM, também passará a realizar testes RT-PCR para detectar casos de Covid-19. A universidade e a prefeitura de Maringá fizeram uma parceira para comprar os reagentes necessários para os primeiros mil testes.

UNIÃO – A Associação Comercial de Maringá (ACIM) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) também aportaram R$ 1,5 milhão para comprar monitores, respiradores, oxímetros, aparelhos de manutenção vital e suporte para equipamentos de UTI. O investimento global das instituições é de R$ 3 milhões, somando esforços aportados em outras estruturas da saúde.

“É momento de união. O governador é uma liderança que agrega esforços. Essa ala já foi inaugurada duas vezes, com placa de inauguração, mas nunca funcionou porque faltavam equipamentos e servidores”, disse o prefeito de Maringá, Ulisses Maia.